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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Altamiro Borges: EUA criam projeto para grampear internet


Na edição de dezembro último, a revista Superinteressante trouxe uma notícia que deve preocupar os defensores da liberdade na internet. Ela reforça o temor de que está em curso uma ofensiva mundial para controlar e restringir o uso da rede. Esta onda tende a ganhar maior impulso devido ao impacto dos vazamentos pelo Wikileaks de memorados da diplomacia estadunidense.


“Um novo projeto de lei, que será apresentado ao Congresso dos EUA nas próximas semanas, pode representar o mais duro golpe já visto contra a liberdade na internet. Proposta pelo governo Obama, a lei determina que todas as empresas de internet sejam obrigadas a instalar sistemas de grampo para capturar os dados enviados e recebidos por seus usuários”, descreve a revista.

Vigilância das agências de espionagem 
Ainda segundo a reportagem, “isso significa que todos os meios de comunicação existentes na web (de serviços de e-mail, como o Gmail, até programas de telefonia, como Skype) teriam de abrir brechas para as agências de espionagem do governo. A medida afetaria inclusive empresas sediadas fora dos EUA (como a Skype Inc., por exemplo, cujo escritório fica em Luxemburgo), que seriam obrigadas a manter computadores em território americano para instalação dos grampos”.

O governo ianque garante que a medida visa investigar as ações terroristas e que os grampos serão feitos com mandado judicial. Mas a desculpa é esfarrapada. Em 2006, por exemplo, a Agência de Segurança Nacional (NSA) manteve um grampo ilegal na operadora AT&T- cujo tráfego era automaticamente desviado, sem autorização judicial, para os espiões do governo ianque.

Restrições na Itália de Berlusconi
Nesta ofensiva mundial contra a liberdade na internet, cada país usa um pretexto. Na Itália, segundo artigo do Portal Imprensa, o governo de Silvio Berlusconi já impôs uma resolução que regula sítios como Youtube e Vimeo com as mesmas regras da televisão. A desculpa, no caso, é o da proteção da propriedade intelectual e do controle da produção de conteúdo.

A medida torna estas páginas “suscetíveis às mesmas punições das emissoras do país... A pasta das comunicações argumenta que se um site é curador do conteúdo gerado pelos usuários, ainda que por meio de algoritmos automáticos, significa que ele exerce controle editorial. Logo, deve ser submetido às regras aplicadas às estações de TV. Agora, responsáveis legalmente pelo conteúdo, os sites serão obrigados, assim como as TVs, a retirar um vídeo do ar no prazo de 48 horas”.

O AI-5 Digital do tucano Azeredo
Como se observa, as medidas de restrição à liberdade na internet fazem parte de uma onda mundial, orquestrada e pró-ativa. O senador Eduardo Azeredo, do PSDB/MG, apenas pegou carona nesta cruzada de “vigilantismo” – o tucano mais se parece com um papagaio repetitivo. O projeto de lei 84/99, aprovado em duas comissões da Câmara Federal em outubro passado, também criminaliza várias práticas cotidianas da rede e coloca em risco a própria privacidade dos internautas.

A desculpa, no Brasil, é ainda mais cômica. O senador tucano afirma que projeto visa impedir a pedofilia na rede. Mas tais crimes não ocorrem devido à internet e o próprio sistema disponibiliza os endereços dos criminosos. Na prática, sua proposta representa um duro golpe à liberdade de expressão. Não é para menos que o projeto foi apelidado de AI-5 Digital, numa referência irônica ao ato institucional da ditadura militar, de 1968, que recrudesceu ainda mais o autoritarismo no Brasil.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

EUA e Coreia do Sul reafirmam aliança militar


Os temas figuraram nas conversações que o secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, manteve com seu homólogo, Kim Kwan-jin, em Seul, onde o chefe do Pentágono cumpre a etapa final de uma viagem iniciada em Pequim, que teve Tóquio como segunda etapa.


O anfitrião defendeu por uma aliança mais forte entre Seul e Washington frente ao que chamou "as ameaças do Norte", apesar de que esse último recentemente propôs um diálogo incondicional para favorecer uma melhoria das relações.

Por sua vez, o visitante assinalou que a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) deve cumprir suas obrigações internacionais, em referência a seu programa nuclear, desenvolvido como dissuasivo frente à política hostil da Casa Branca, segundo adverte a RPDC.

Gates chegou a Seul pouco depois que Pyongyang apresentou à outra parte várias propostas com vistas a uma diminuição das tensões a fim de facilitar uma melhoria dos vínculos inter-coreanos, mas as iniciativas foram rechaçadas.

Entre esses passos figura o restabelecimento da linha telefônica direta entre os escritórios da Cruz Vermelha na região fronteiriça militarizada de Panmunjon, na última quarta-feira.

A situação se deteriorou desde 23 de novembro último, quando a RPDC respondeu a disparos contra suas águas territoriais feitos pelo Sul que reportou quatro mortos e vários feridos pelo incidente.

O Norte qualificou o episódio como uma provocação instigada pelos Estados Unidos e considerou sua reação um ato de defesa.

A presença de Gates em Seul foi precedida pela do emissário especial para os assuntos relacionados com a RPDC, Stephen Bosworth, em uma missão associada a uma possível retomada das conversações de seis partes sobre a desnuclearização da península, que a China trata de reativar. Bosworth foi a Pequim e Tóquio com igual finalidade.

As mencionadas conversações,nas quais também participa a Rússia, se mantêm estancadas desde dezembro de 2008.

Estados Unidos continuam tentando isolar o Irã


Os Estados Unidos deram curso nesta quinta-feira (13) a sua política unilateral de isolamento e cerco contra a República Islâmica do Irã ao punir várias empresas financeiras e de transporte marítimo.

A nova disposição do Departamento do Tesouro estadunidense sanciona 24 entidades com sede em Hong Kong e a ilha de Man por supostos vínculos com Teerã e as Linhas de Navegação da República do Irã.

Desde há vários anos a Casa Branca trata de evitar que os iranianos desenvolvam um programa de uso pacífico da energia nuclear, aduzindo que tentam aceder a armamentos atômicos.

Nas últimas semanas autoridades da nação persa denunciaram as atividades criminosas, inclusive o assassinato de funcionários e cientistas que participam no programa para impulsionar o uso pacífico deste tipo de energia.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Assange diz que sua prisão domiciliar é "uma situação orwelliana"


O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciou uma campanha das autoridades americanas para recolher informações e lançar um procedimento judicial contra ele, e considerou que sua prisão domiciliar em uma área rural da Inglaterra é "uma situação orwelliana". 


A expressão retrata o cotidiano de um regime político totalitário que aparece na obra 1984, de George Orwell.

"Estou sendo vigiado de forma permanente", queixou-se Assange em entrevista publicada nesta terça-feira pela emissora France Info, embora tenha reconhecido estar "acostumado a este tipo de pressão, mas a situação atual é talvez a mais dramática que vivi até agora", disse.

Em todo caso, garantiu que "aconteça o que acontecer, seguiremos. O número de publicações diárias se intensificou nos últimos tempos e vai seguir aumentando".

Assange disse sentir-se apoiado porque no mundo todo "nossos simpatizantes e nossos defensores continuam lutando por nós".

"Não sou o único ameaçado, todos os membros de nossa equipe estão", comentou e referiu-se ao caso de um jovem analista em prisão há 230 dias na Virgínia à espera de um processo contra ele na Justiça americana.

O fundador do WikiLeaks, que a Suécia pretende extraditar a partir do Reino Unido para julgá-lo por delitos sexuais, criticou que as autoridades americanas estejam tratando de reunir informações de seus seguidores no Twitter sobre ele mesmo e sobre outras pessoas envolvidas na difusão de um vídeo sobre a morte de 20 pessoas, incluindo dois jornalistas da Reuters, em Bagdá, em 2007.

"Trata-se de uma tentativa evidente destinada a forçar as pessoas a darem informações para lançar procedimentos judiciais contra mim e contra minha equipe", indicou antes de acrescentar que o propósito de Washington é extraditá-lo e que para isso recorreu à espionagem.

Assange, que vive em uma residência rural a 200 km de Londres compareceu nesta terça-feira na capital britânica diante da justiça britânica, que impôs um controle diário na delegacia de Polícia de Beccles.


Extradição será examinada em fevereiro 
O pedido de extradição apresentado pela Suécia contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, será examinado pela justiça britânica nos dias 7 e 8 de fevereiro, confirmou nesta terça-feira o juiz do caso, durante uma breve audiência em Londres.

O juiz Nicholas Evans também modificou as condições da liberdade condicional para que o australiano possa dormir em Londres durante as duas noites antes das audiências.

"A única variação de sua liberdade é que nas noites de 6 e 7 de fevereiro você poderá residir no Frontline Club de Londres", afirmou o magistrado a Assange.

O Frontline Club é um clube de jornalistas fundado e dirigido por Vaughan Smith, amigo de Assange, que também é o dono da mansão a 200 km de Londres onde ele reside desde 16 de dezembro, quando a Justiça concedeu-lhe liberdade condicional sob fiança.

Gastos militares dos EUA correspondem à metade do total mundial.

A grande máquina de guerra dos EUA custa 1,5 trilhão de dólares (equivalente ao PIB brasileiro) ao ano, valor que significa 43% dos gastos militares em todo o mundo.


Quanto à afinidade com a guerra, pouco importam os partidos ou as cores nos EUA. Republicanos, democratas, Bush, Obama, todos gastam desproporcionalmente para manter em andamento a grande máquina de guerra.

Dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz, de Estocolmo, revelam que os gastos militares dos EUA somam, sozinhos, quase tudo quanto os demais países aplicam no setor: 43% do total do mundo, ou 1.531.000.000.000 de dólares. É seis vezes mais do que a China gasta, seu mais próximo seguidor nesta obscura corrida.

OS EUA mantêm 560 bases militares fora de seu território, muitas delas herança que se mantém desde o final da Segunda Grande Guerra, há 65 anos. Eles ainda temem serem invadidos pelos nazistas, ou pelos russos?
Isto revela na realidade uma verdade oculta. Um dos fundamentos das guerras é ocupar zonas estratégicas a partir das quais se pode controlar o tráfico de armas, drogas, ou recursos como o petróleo.

O aparato de espionagem dos EUA tem mais pessoas com acesso a informação classificada que o número de pessoas que vivem em sua própria capital, Washington. É isto que permite acontecimentos com o ocorrido com o WikiLeaks.
Obama, o presidente que se embandeirou da paz em algum momento, propôs um orçamento militar 6% maior do que Bush havia feito em seu último ano de governo.



Acesse também o blog:http://ctbsaocaetanodosul.blogspot.com/

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dilma estuda parceria com a Ucrânia para lançamento de foguetes


A presidenta Dilma Rousseff recebeu na manhã desta segunda-feira (10) telefonema do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich. Eles conversaram, por cerca de 20 minutos, sobre a parceria na construção do projeto do foguete ucraniano Cyclone 4, que deverá ser lançado ainda este ano a partir do Centro de Alcântara (no Maranhão). Na Ucrânia, os cientistas dispõem de tecnologia para a fabricação de foguetes, mas não detêm centros de lançamentos.

O escritório de engenharia ucraniano responsável pela produção do foguete é o Yuzhnoye. A série de foguetes Cyclone é considerada uma das mais bem-sucedidas entre as já desenvolvidas. Em 226 testes de lançamento, houve apenas seis falhas, segundo dados da assessoria do projeto.

Yanukovich afirmou ainda, na conversa com Dilma, que pretende visitar o Brasil em maio. O presidente convidou a brasileira para ir à Ucrânia e a parabenizou pela vitória nas eleições, desejando sorte durante o governo. Em 2011, serão comemorados 120 anos da chegada dos primeiros imigrantes ucranianos ao país.

Durante a conversa com Yanukovich, Dilma lembrou que o Brasil abriga a terceira maior comunidade de imigrantes ucranianos. A estimativa é que cerca de 1 milhão de descendentes de ucranianos vivam no Brasil, principalmente no Paraná. 


Ucrânia
A Ucrânia até 1991 fazia parte da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). É um país considerado berço cultural e uma república que segue o sistema de governo semipresidencial – tendo presidente e primeiro-ministro. Os Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo são autônomos. Há eleições diretas para a escolha do presidente da República e dos 450 parlamentares. Mas o presidente da República e o primeiro-ministro indicam os governantes das 24 províncias.

Governo da Islândia sai em defesa do WikiLeaks


O ministro de Relações Exteriores islandês, Oessur Skarphedinsson, classificou como inaceitável que as autoridades dos EUA exijam informações sobre o conteúdo privado da conta de twitter do deputado Birgitta Jonsdottir.

"De acordo com os documentos que vi, uma parlamentar islandesa está sendo investigada em uma causa penal nos Estados Unidos sem nenhuma razão em absoluto. É intolerável que um representante do povo da Islândia seja tratado assim por outro país", disse.

Por sua vez, o ministro do Interior, Oegmundur Jonasson, foi ainda mais contundente. Por um lado, chamou de peculiar e muito grave o pedido para investigar uma de suas deputadas; por outro, lado manifestou o seu total apoio às ações do Wikileaks.

Em 14 de dezembro, um tribunal da Virgínia emitiu uma ordem judicial para a rede social Twitter, solicitando informações como parte de uma investigação criminal em curso. As informações solicitadas concernem às contas no Twitter do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e de pessoas que supostamente teriam colaborado com ele, entre os queis estão Bradley Manning, Jacob Appelbaum, Rop Gongrijp e a própria Birgitta Jonsdottir.

O Twitter foi autorizado, em 05 de janeiro, pelo tribunal a tornar a ordem pública. No dia 7, informou à deputada islandesa, fazendo com que ela soubesse que se, dentro de dez dias, a interessada não lhes notificasse a abertura de um procedimento judicial de impugnação à demanda dos EUA, teria que fornecer as informações solicitadas.

O partido da deputada islandesa investigada elaborou um comunicado recordando que o WikiLeaks revelou informações que mostram graficamente como as tropas dos EUA mataram civis inocentes. Estes ataques foram claramente desnecessário e aconteceram várias vezes contra crianças.

Além disso, Birgitta Jonsdottir, que recebeu milhares de mensagens de apoio e solidariedade, exigiu do parlamento da Islândia uma resposta clara sobre se pode permanecer como membro da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento e se é seguro que viaje ao exterior, para o que solicita amparo.

"Eu não sei se eu posso ir para os EUA sem correr o risco de que meu telefone ou equipamento seja confiscado. O que posso dizer é que as autoridades dos EUA estão desesperadas", colocou.